sábado, 5 de março de 2011

NA ACADEMIA



Pra onde iam meus olhos
Naqueles dias tão calmos?
Que paisagens perscrutavam
Inocentes que eram, então,
Enquanto o nada contemplavam
 Naquela eterna primavera-verão?
O vazio me preenchia fundo,
Nesse tempo de plenitude
Nobre e belo era meu mundo
Alma imersa na beatitude


Limpo era o ar que respirava
Tranqüilo meu pensamento
Pranayamas, asanas, prathyahara,
Bem estar, contentamento.
Lapidar, embelezar a mente.
Aperfeiçoar o corpo, a personalidade.
Tudo feito com determinação e esmero
Carinho, amor, serenidade.
Será que foi tudo inútil?
Terá sido tudo apenas um engano?
Onde estão as conseqüências
De um trabalho tão santo?
Talvez o tempo responda,
E resgate meu desencanto.

Pelo menos , por agora , aqui em frente a tela , recordando as coisas que eu mesmo ensinava ,
olho para mim mesmo , ali , sozinho na janela ,
e lembro que  sempre que a onda era lançada ,
por mais fraca que fosse , rebatia e voltava .

Dezesseis anos depois aguardo o eco
dos mantras que naquela época eu cantava .

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