sábado, 19 de fevereiro de 2011

NA LIDA DA CRIAÇÃO


abril/94


Aqui oculto em minha mesa
ouço o canto do vento no vitrô
ouço o som monótono do relógio
e o vibrar do computador.
Mesmo as imagens
se desfazem na quietude
Morcego literário e criativo
me desfaço em doce beatitude.
Penumbra que me inspira e alimenta
sombras que me protegem  e envolvem
as energias ocultas no silêncio
pouco a pouco em minha mente explodem.
Neste escuro apartamento feito estúdio
minha voz interna se aclara
e a canção íntima dos sentimentos
pelo ambiente frio se propaga.
O vento amigo me acalma
rodopiando em torno da cadeira
aqui , no silêncio, com calma
realizo, num minuto, a vida inteira.
Na doce tranquilidade que me envolve
até a luz, ao meu redor, é silenciosa.
Que local é este,tão sacro,
em que mergulho,tão feliz e confiante?
Meu estúdio não é lugar, mas estado
reparador e  solaz, instante após instante.

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