sábado, 19 de fevereiro de 2011

POEMA PARA MARTA

                       
Querida amiga Marta,de voz doce e rouca,
pediu-me que cante suas virtudes;
qualidades e graça.

Não sei se  em noites de trabalho
em meio a cortes e infartos,
posso ter competência lírica
pra descrever imagem tão idílica
quanto misteriosa e obscura.
Resta, geralmente, pouca poesia
aos espíritos essencialmente operários
e ambos,eu e você, trabalhamos muito.
Hora após hora,segundo após segundo.
Consta que tal fato
embrutece  a percepção.
A estética é arte de ociosos ,dizem,
a diligência não permite a contemplação.
Aliás,perdi o rumo do poema,
nesta longa e filosófica divagação.

Eu falava ,pois,de Marta,
dos olhos expressivos e dos cabelos negros
dos gestos de bailarina
que eriçam nossos pêlos
e estimulam a imaginação.

Eu falava de Marta, de modos de general,
de jeito  orgulhoso  e  nobreza natural.
Falava de Marta, com jeito de índia,
de Marta tão jovem,solene,tão linda,
e tudo eu falava,melhor,escrevia,
pensando nas mãos ,nos dedos de pianista,
no jeito ansioso dessa carioca  tão paulista
tão cheia de charme  e  personalidade
perdida por aqui,terra de Andrade,o esteta,
um outro Mario,paulista ,poeta.

Obs.:Depois que eu estava transcrevendo ,lembrei  que fiz este poema para uma colega  de plantão na Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes,no tempo que trabalhei lá ,no Pronto Socorro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário