Em homenagem aos que muito
sentem e pouco podem dizer
Torvelinho de palavras
turbilhão de pensamentos
memórias ,passado, idéias ,
mágoas ,ressentimentos.
A mente gira tresloucada
como o pião solto no chão;
a mente elabora discursos
como o ar fabrica o furacão.
Onde dorme a verdade em nós?
Onde mora em nós o “Isto”?
Nada se aclara facilmente
nas terras do múltiplo e do misto.
Os desertos da mente são muitos
a razão é uma cidade de beduínos,
pequena aglomeração de viajantes,
oásis, refúgio ou labirinto.
Local onde moram pessoas,
lugar por onde outras passam,
a razão não é a única morada
daqueles que pela mente viajam.
Existem aventureiros que partem
para longe de sua proteção
e buscam no deserto escaldante
algo mais que a cidade da razão.
São loucos, gênios ou artistas,
são homens com espíritos especiais,
que sem dúvida nada devem aos pioneiros
de outras buscas em outros locais.
A mente é terra de ninguém
se bem que muitos a reivindicam
e cravam no deserto sua bandeira
em cada trecho que percorrem ou ficam.
Doce ilusão aquela
de julgar-se dono do mar,
dono do ar ou da terra,
e querer, estes ,demarcar.
Tanto mais mapear o relêvo da mente,
tanto quanto dizer onde ela termina.
A mente se esconde nas palavras;
achar ,nas palavras ,a mente ,é nossa sina.
O que é a loucura ,criatividade ou razão
senão locais distintos de um mesmo deserto,
indetermináveis regiões do mesmo local,
incertezas de um mundo ,em si mesmo ,incerto?
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